3 de abr. de 2013

Expedição Manaus - Rio de Janeiro (4.500km de Lada Niva)

Expedição de mais de 4.500 Km do Ex-Niveiro Thyago Baré, que atualmente organiza expedições e passeios com a Baré 4x4 (infelizmente hoje em dia de Land Rover) 





1º Dia - 28/01/2005 - 276Km - 11:30h

Conforme o planejado, partimos as 05:20h e as 06:00h já estávamos embarcando na balsa que nos levaria a outra margem do Rio Amazonas.
Após 1:20h de travessia, chegamos a cidade de Careiro da Várzea e seguimos pela BR-319 rumo ao nosso destino.
Rodamos 100km de bom asfalto até o Careiro Castanho, última cidade e ponto de abastecimento até Humaitá, a 570km de distância.
Atravessamos a balsa do Rio Castanho e seguimos pela estrada por mais 60km, até o Rio Tupana, onde atravessamos mais uma balsa e recebemos a confirmação de que dali para frente não havia mais asfalto. Começamos a aventura, buracos e muita lama, aliados a pontes de madeira em estado precário durante 80km, até a comunidade do Igapó-açú, nosso ponto previsto para pernoite.
Como chegamos cedo(14:00h) e estávamos fisicamente bem, decidimos seguir em frente. Atravessamos a 4º e última balsa do dia , aproveitamos um orelhão da Embratel(via satélite), fizemos um contato com a família e logo depois almoçamos num restaurante improvisado pela comunidade(arroz, salsicha e ovo), acompanhados de água do igarapé.
Fomos alertados pelo dono do restaurante sobre os perigos da estrada e o mesmo nos mostrou alguns carros(gurgel, opala, caminhão, etc..) que haviam chegado ali dias atrás rebocados pois não conseguiram vencer o trecho.
Após o almoço, seguimos viagem e pudemos constatar q a viagem ficava cada vez pior, nossa média era de 15km/h. Após rodarmos 32km, e sem cruzarmos com nenhum vestígio de civilização, paramos em frente a uma estação da Embratel e decidimos pernoitar por ali.
Eram 17:00h, improvisamos um banho "meia-sola" e enquanto arrumávamos acampamento fomos surpreendidos por um caboclo com uma espingarda 22".
Ficamos imóveis, esperando o pior, mas o cidadão apenas perguntou se estava tudo bem e se tínhamos avistado uma cotia, q aparecia sempre por ali.
Tomamos um tremendo susto, que foi suficiente para transformar nossa noite num martírio e nos levou, por precaução, a revezarmos os turnos de descanso, ou seja, enquanto um dormia o outro vigia o local...






























2º Dia - 29/01/2005 - 184Km - 13 horas


Após uma noite apreensiva, acordamos um pouco cansados, levantamos acampamento e as 06:30h já estávamos partindo.
A estrada piorava a cada km percorrido. Erosões, pontes frágeis e atoleiros seguidos.
As 11:20h e após rodarmos 60km, chegamos num igarapé onde a ponte havia caído dias atrás e algumas pessoas estavam trabalhando em sua reconstrução. Ali estavam também alguns jipeiros de Avaré-SP, numa Toyota Bandeirantes, um Jipe Javali e um caminhão D-10, compondo a Expedição Transamazônica 2005, e que estavam seguindo de Humaitá para Manaus, ou seja, no sentido inverso ao nosso.
Trocamos algumas idéias e nos revelaram que estavam ali há 3 dias esperando o nível da água do Igarapé baixar, para poderem atravessar numa ponte lateral improvisada pelos trabalhadores.
A travessia era cautelosa e arriscada, qualquer descuido seria fatal. Após atravessarem a mesma, comemoraram e antes de nos prestarem auxílio na travessia, alguns deles nos aconselharam a desistir da viagem, pois a frente haviam muitos atoleiros e nenhum ponto de apoio e como estávamos sós, seria muito arriscado.
O piloto do Javali, falou que se fossemos devagar e com cautela, analisando os atoleiros antes de cada travessia, passaríamos sem problemas. Assim, decidimos seguir viagem e com muita precaução e coragem, partimos.
Foi um momento de enorme tensão, a travessia na ponte improvisada foi o ponto decisivo da viagem, era um estrado de madeira sobre o leito e pranchas na saída sobre a margem enlameada. Movimentos metro a metro eram calculados e a cada deslocamento novas pranchas eram colocadas, pois qualquer descuido tombaria o Niva no igarapé e adeus carro, viagem, expedição...
Com muita destreza, e experiência dos trabalhadores que estavam nos guiando, conseguimos atravessar.
Foi uma vitória comemorada com muito entusiasmo. Seguimos adiante, e conforme fomos alertados, dali para frente estava realmente o pior trecho da estrada. Atoleiros de mais de 30 metros, pontes precárias, crateras de lama, etc.
Nossa média não chegava a 10km/h. Com calma e paciência, e muitas vezes tendo de descer do carro para escolher por onde passar, seguíamos em frente, e sentimos varias vezes o fundo do Niva batendo na lama e "pulando igual cabrito". Até que num descuido, batemos forte com a roda direita num buraco e a suspensão começou a trepidar, emitindo um barulho forte, de ferro com ferro. O carro era só lama e como ficava difícil avaliar o problema, resolvemos seguir assim mesmo.
Como se já não bastasse, as 17:30h fomos premiados com um temporal, mas como parar era perda de tempo, seguimos com cuidado redobrado e rodamos até as 19:40h sob chuva incessante, quando paramos em frente a outra Estação da Embratel para pernoitarmos.
Por precaução, devido a incidência de onças na região, decidimos não arriscar, e ao invés de armarmos a barraca, dormimos dentro do Niva(que conforto!!), após 13 horas de estrada e apenas 180km rodados nesse dia...

Obs.: No final do dia, o Felipe revelou, que o motorista da D-10 tentou convencê-lo a retornamos a Manaus, desdenhou dos adesivos do Rally do Amazonas e Festival Amazonas Off-Road(colados no Niva), ironizou que tínhamos experiência para seguir viagem e ainda falou que deveríamos ao menos ter ido de Jipe!!














3º Dia - 06/02/2005 - 420Km


Após uma noite de muito calor, mosquitos e dor na coluna(banco do Niva!), partimos as 05:30h debaixo de uma chuva contínua, que aliás, caiu durante toda a madrugada.
Não pretendíamos passar mais uma noite na selva, por isso saímos bem cedo, pois se a estrada continuasse muito ruim, dificilmente chegaríamos a Humaitá.
O barulho na suspensão continuava, mas mesmo assim seguíamos em frente, porem com cuidado redobrado. A chuva não queria parar, enfrentamos mais uns 40Km de péssima estrada, que depois alternava trechos ruins com pedaços de asfalto.
Cruzamos com um posto de gasolina(BR) abandonado e faltando 100Km para o entroncamento com a BR-230(Transamazônica), chegamos finalmente a uma comunidade, onde pudemos enfim tomar um refrigerante/ cerveja, e após 48 horas, entrar novamente em contato com a família, que aguardava nosso telefonema desde o dia anterior.
Seguimos adiante, e 22Km antes do trevo fomos "premiados" com um excelente trecho de asfalto, antes de enfrentarmos mais 30km até Humaitá pela Transamazônica, numa mistura de asfalto, buraco e lama, onde reabastecemos o tanque do Niva com os últimos 20 litros que levávamos nos galões sobre o bagageiro.
Chegamos a Humaitá as 14:40h, completamente exaustos e ao mesmo tempo felizes por termos vencido, "A Estrada que a Selva engoliu".
Após 57 horas de aventura, e 670Km rodados, fomos almoçar e finalmente procurar um hotel para um bom banho e descanso, deixando para o dia seguinte a preocupação com a suspensão do Niva...

Obs.: Ahhh... e lembrando daquele motorista da D-10, que encontramos no dia anterior, alguém o conhece??? Gostaria de saber seu e-mail ou endereço postal, para enviá-lo as nossas fotos do final da travessia!!!






5º Dia - 01/02/2005 - 730Km

Como tínhamos um bom trecho de estrada para percorrer, acordamos bem cedo e as 06:30h já estávamos reabastecendo e pegando a estrada rumo ao Sul de Rondônia.
Rodamos ate o anoitecer parando a cada 2 horas, para abastecimento, lanches, descanso, etc...
Revezamos também um pouco a direção, pois o Felipe já estava inquieto sem dirigir desde Manaus.
Cruzamos todo o Estado, passando por diversas cidades, que surgiam as margens da BR-364 (Candeias do Jamari, Itapua do Oeste, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto D`Oeste, Ji-paraná, Presidente Médici, Cacoal, Pimenta Bueno e finalmente Vilhena), com buracos em alguns trechos da estrada e muita chuva em todo o trajeto, num total de 710Km, mantendo(quando possível) uma velocidade de cruzeiro de 90Km/h.
Pernoitamos em Vilhena e decidimos que dali em diante rodaríamos no maximo 500Km por dia, para evitar o desgaste acentuado do carro e também nosso desgaste físico;









7º Dia - 06/02/2005 - 420Km

Uma semana de estrada.

Saímos as 08:00h rumo a Chapada dos Guimarães, a 380Km de Porto Esperidião.
No posto de gasolina da cidade, tivemos a informação de que em Cáceres a 90 Km (um dos portões de Entrada do Pantanal Norte), conseguiríamos uma boa oficina para realizar a solda que precisávamos.
Chegando em Cáceres, e após bastante procura, somente conseguimos um serviço "meia-boca", uma solda quebra galho, que não adiantou de nada.
Serviço feito, seguimos viagem rumo a Chapada dos Guimarães, pela mesma estrada, mas que a partir daqui passa a ser chamada de BR-070.
Estávamos a 280Km da Chapada e a 210 de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso.
Rodávamos tranqüilos pela estrada, quando de repente, como se já não bastasse o problema da direção, começamos a ouvir um ronco estranho, que parecia vir da caixa de marchas.
Paramos num posto de gasolina, aproveitamos a parada para almoçar e verificamos na parte inferior do carro se havia alguma anormalidade.
Checamos o nível de óleo das caixas e dos diferenciais, observamos vazamentos, folgas e como tudo aparentemente estava bem, pegamos novamente a estrada, já que faltavam uns 50Km para Cuiabá, onde poderíamos fazer uma revisão melhor.
Curiosamente, de Cáceres a Cuiabá não há nenhuma cidade a beira da estrada, somente pequenos povoados.
Faltavam uns 30Km para chegarmos a Cuiabá quando o ronco do carro aumentou, diminui a velocidade e continuamos rodando, ate que a 5km para chegar a Cuiabá, quando já entravamos no perímetro urbano, um estouro vindo debaixo do carro, uma nuvem de fumaça preta na dianteira e o barulho de ferro batendo me fez jogar o carro rapidamente no acostamento.
Paramos e verificamos que o retentor do diferencial dianteiro havia estourado e por ali vazava todo o óleo.
Por sorte, estávamos em frente a um posto de gasolina, para onde conseguimos levar o carro, que estava fazendo um ronco forte no diferencial.
Lembrando de uma experiência anterior numa trilha em Manaus, tiramos o cardan dianteiro, engatamos o bloqueio, e tentamos sair com o carro, mas infelizmente só rodamos 100 metros, pois o diferencial travou.
Sem alternativa, rebocamos o Niva ate uma oficina chamada Verdao, onde fomos muito bem atendidos pelo Gerente Mole(isso mesmo, o nome do cara e Mole!), que rapidamente colocou o carro no elevacar e nos prometeu que no dia seguinte as 07:00h o mesmo já estaria sendo desmontado, pois já eram 18:00h e o expediente estava encerrando.
Procuramos um bom hotel, onde pudemos relaxar e tomar umas cervas bem geladas para esfriar a cabeça(risos).


8º Dia - 04/02/2005 - 80Km


Após um dia bem desgastante, acordamos cedo e as 08:00h já estávamos na oficina.
Conforme prometido, o mecânico já estava desmontando o BareNiva, mas apesar de toda sua boa vontade e experiência, ele estava um pouco enrolado para retirar os componentes da transmissão dianteira, ate ele me confessar que nunca tinham mexido em um Niva nessa oficina.
Foi ai que resolvi colocar a mão na massa e juntos desmontamos todo o conjunto.
Já com o diferencial na bancada pudemos constatar o estrago: rolamento do pinhão estourado, dois dentes da coroa e três dentes do pinhão quebrados, alem da superfície da caixa satélite desgastada pelo atrito do pinhão.
Apesar de estar com varias pecas de reposição na bagagem, infelizmente essas eu não tinha e também não havia em Cuiabá ou cidades próximas qualquer loja especializada em Niva.
A situação era difícil, teríamos que pedir as pecas de São Paulo, e como estávamos na véspera do Carnaval, provavelmente só receberiamos a encomenda na quarta-feira de Cinzas(com sorte!), ou seja, teríamos que aguardar por cinco dias em Cuiabá.
Analisamos a situação e decidimos seguir viagem somente com a tração traseira.
Acabamos de tirar as pecas necessárias, encaixotamos tudo, colocamos na mala(que já estava cheia!) e as 13:00h partimos rumo a Chapada dos Guimarães, com o bloqueio do diferencial central engatado e somente a tração traseira ligada.
Por momentos, pensei se deveríamos mesmo manter nossa idéia de passar pela Chapada, pois com esse problema no carro, talvez fosse melhor evitar a subida e o acréscimo de uns 100km na viagem, incluindo uns 70km de barro.
Felizmente, decidi manter o roteiro original, alias precisávamos relaxar e descansar um pouco mesmo, depois de tantos dias desgastantes.
A estrada que nos leva ate a Chapada dos Guimarães e fascinante, passar ao lado daqueles paredões rochosos nos da uma sensação de como somos pequenos diante da natureza.
Quase chegando a cidade, paramos no complexo turístico da Salgadeira, que fica a beira da estrada, onde aproveitamos para tirar fotos e tomar um banho na cachoeira, de aproximadamente 20m de queda.
Chegamos na cidade, pegamos umas dicas no centro de informações turísticas e fomos para o Camping Oásis, localizado a 100m da praça central.
Fomos muito bem recebidos pelo dono e resolvemos ficar por ali mesmo, um local tranqüilo, limpo e bem cuidado.
Como o tempo estava chuvoso, demos uma descansada e depois fomos conhecer um pouco a cidade, numa boa caminhada.









9º Dia - 05/02/2005 - Sem deslocamento


Sábado de Carnaval.

Logo de manha, a cidade já estava bem movimentada, com a chegada de turistas, principalmente Cuiabanos, para passar o Carnaval.
Chapada dos Guimarães, e uma cidade pequena e acolhedora, de excelente clima.
No centrinho há varias lojas de artesanatos e bons restaurantes, cercados por lindas casas de veraneio.
Por estar a 60Km de Cuiabá, e um dos principais destinos dos moradores da Capital, para viagem curta.
Aproveitamos o otimo dia de sol, e fomos realizar um trekking pela Eco Turismo Cultural (principal agencia de viagens da cidade) percorrendo o Caminho das Águas do Parque Nacional.
Logo após a portaria do parque, já no centro de visitantes, nos deparamos com a Cachoeira Véu de Noiva, com 86m de queda e um dos principais cartões postais da Chapada dos Guimarães.
Durante toda a caminhada, pudemos observar belíssimos cânions, contornados por enormes paredões rochosos, num espetáculo natural de muitos anos de formação.
Foram um total de 6km percorridos, com direito a banho na maioria das sete cachoeiras que visitamos(Sonrisal, Hidromassagem, Pulo, Degrau, Prainha, Andorinhas e Independência).
Após essa contemplação da natureza, ainda almoçamos no restaurante do Parque(ótima comida!).
Aproveitamos o final da tarde para descansar, e a noite caminhamos um pouco pela cidade para conhecer o seu carnaval, típico daqueles que só vemos em cidades do interior.
Foi o primeiro dia da viagem em que o BareNiva não rodou, apenas ficou decorando o jardim do camping(risos).




10º Dia - 06/02/2005 - 420Km

Que pena, ultimo dia na Chapada dos Guimarães, mas prometo um dia voltar, para aproveitar tudo que essa maravilhosa região tem a oferecer.
Saímos da cidade as 09:00h rumo a Campo Verde, por uma estradinha com 70km de terra batida e alguns buracos.
Apesar de ser o caminho mais curto em direção ao sul, tinha o inconveniente desse trecho sem asfalto e como havia chovido bem durante a madrugada fiquei receoso.
Mesmo assim resolvemos seguir viagem por ela mesma, e felizmente nos deparamos com uma estrada bem cuidada, ou melhor, ela esta sendo preparada para receber asfalto.
Seguimos por Campo Verde, Dom Aquino e Jaciara, onde pegamos novamente a BR-364.
Seguimos rumo a Rondonópolis, e nesse trecho pegamos o pior trafego de caminhões, eram comboios de mais de 30 veículos, numa estrada precária de manutenção e um misero acostamento, quando tinha.
Rondonópolis e o entroncamento de todas as cargas oriundas das demais regiões do pais que seguem rumo ao noroeste.
O que agravava ainda mais a situação, era que tentávamos manter uma velocidade de cruzeiro de 70Km/h, com o intuito de não forçar muito o BareNiva, já que ele estava somente com a tração traseira funcionando.
Devido a esse problema, decidimos ainda em Cuiabá, que rodaríamos uma media de 350Km por dia, justamente para poupar o carro e também porque pelos nossos cálculos, a oficina especializada mais próxima seria a Apoio4x4(Ribeirão Preto-SP) a 1300km de Cuiaba, onde pretendíamos chegar na quarta-feira pela manha, 1º dia útil após o Carnaval, para solucionarmos os problemas da transmissão dianteira.
Almoçamos em Rondonópolis, e seguimos novamente pela BR-364, passando pelas cidades de Pedra Preta e Alto Garças, ate chegarmos em Alto Araguaia, ultima cidade do Mato Grosso, já na divisa com o Estado de Goiás.
Chegamos já anoitecendo, arrumamos um hotel "meia-boca", jantamos e fomos descansar.





11º Dia - 06/02/2005 - 420Km

Aniversario do Felipe.

Após uma noite de sono razoável, fizemos a checagem de rotina no carro.
Tirando a transmissão dianteira que estava encaixotada na mala e a direção que continuava puxando muito, o BareNiva estava bem(risos).
Atravessamos a ponte sobre o Rio Araguaia, divisa natural entre as cidades de Alto Araguaia-MT e Santa Rita do Araguaia-GO, e seguimos ate a cidade de Mineiros-GO, que curiosamente não fica em Minas Gerais.
Reabastecemos, e seguimos novamente pela estrada ate a cidade de Jataí.
De Jataí ate Rio Verde, a estrada passa a ser chamada de BR-060.
Chegamos as 15:00h em Rio Verde, e apesar de estar cedo resolvemos pernoitar por aqui, devido ao fato de não termos informações sobre a única cidade que existe na beira da rodovia entre Rio Verde e Itumbiara, a 200km.
Conseguimos um bom hotel e fomos descansar.
A noite, aproveitamos que era aniversario do Felipe e tomamos umas cervas geladas e caldo de feijão, sabores tipicamente cariocas.
Só não sabíamos que a culinária goiana utiliza bastante pimenta em seus pratos!!





12º Dia - 08/02/2005 - 450Km

Saímos bem cedo de Rio Verde, com o objetivo de chegarmos em Uberaba no final do dia.
Seguimos pela BR-452 ate Itumbiara, em 200km de muitos trechos esburacados, onde pudemos perceber o total descaso das estradas brasileiras.
Não só aqui, mais em vários trechos dos Estados de Mato Grosso e Goiás passamos por muitas estradas esburacadas e algumas ate com trechos de 100m sem asfalto.
Passamos por Bom Jesus de Goiás, única cidade a beira da estrada nesse trecho e ao contrario do que pensávamos, e um bom ponto de apoio para pernoite.
Chegamos a Itumbiara e ao avistar a beira da estrada uma churrascaria com meu nome (Thyago) resolvemos parar e almoçarmos.
Encontramos aqui também o primeiro trecho de estrada duplicada desde que partimos de Manaus.
Saímos de Itumbiara, deixando o Estado de Goiás para trás e entramos em Minas Gerais, atravessando a ponte sobre o Rio Paranaíba.
Seguimos pela BR-452, passando por Arapora, Tupaciguara e Uberlândia, onde pegamos muito transito na chegada e saída da cidade, devido à volta dos turistas para casa, no ultimo dia do feriadão de Carnaval.
De Uberlândia seguimos por mais 100km pela BR-050 ate Uberaba, nosso ponto previsto para pernoite.
Aqui nos deparamos com o pior trecho de asfalto da viagem, muitos buracos e um péssimo asfalto, obrigando muitos veículos a transitarem pelo acostamento.
Os buracos só nos dão uma trégua no trecho que a estrada esta sendo duplicada.

Sinceramente, uma vergonha!!!

Chegamos em Uberaba, aproveitamos a excelente comida mineira e fomos descansar, no melhor hotel que pernoitamos ate aqui!!!

Via telefone pedi ao meu pai, que mora no Rio de Janeiro, para fazer um contato com o Albino (Apoio4x4) , na manha seguinte, avisando que estaríamos chegando em Ribeirão Preto-SP por volta das 09:00h para consertarmos o BareNiva.


14º Dia - 10/02/2005 - 460Km

Logo cedo já estávamos na oficina.

Com as pecas que faltavam já em mão, ficamos aguardando ansiosamente a conclusão do serviço e o retorno a estrada com o BareNiva.
Estimávamos sair as 12:00h, homocineticas instaladas, diferencial já montado, ate que na hora de colocar o cardan dianteiro a luva estava travada e o pior e que nada fazia ela destravar.
Provavelmente devido à lama e água, aliados ao fato da peca ficar parada vários dias.
A alternativa foi levar ate uma casa especializada em cardans para que a dita cuja pudesse ser destravada.
Resolvido o problema, o cardan foi recolocado e finalmente as 14:30h o BareNiva estava pronto para pegar a estrada, graças à presteza e eficiência de um excelente profissional como o Albino, a quem ate o momento só conhecia por telefone e mensagens eletrônicas.
Obrigado pelo apoio! Estávamos novamente na estrada, agora já com o Niva totalmente funcional, pronto para todo tipo de terreno.
Logicamente aumentamos nossa velocidade de cruzeiro para 90Km/h e resolvemos seguir ate Guaratinguetá, cidade que já conhecíamos e onde pretendíamos pernoitar.
Rodávamos pela Anhanguera, passamos pelas cidades de Cravinhos, Porto Ferreira, Pirassununga, Leme, Araras, Americana, ate que em Campinas fomos "agraciados" com alguns quilômetros de engarrafamento devido um acidente, coisas de cidade grande.
Saímos de Campinas já à noite, pegamos a Rodovia D. Pedro I, e seguimos rumo a Jacareí, passamos por Atibaia, Bom Jesus dos Perdoes, Nazaré Paulista e Igarata.
Já em Jacareí, entramos na Rodovia Presidente Dutra, velha conhecida de outrora.
Apesar de estar à noite, e a estrada ser bastante movimentada, estávamos com uma sensação de volta pra casa. 

Como e bom pisar em terreno conhecido!!!!

Paramos para jantar(quase ceia!), e seguimos ate nosso destino final nesse dia, a cidade de Guaratinguetá, aonde chegamos as 12:00h.
Nos instalamos no hotel e fomos descansar.




15º Dia - 11/02/2005 - 270Km

Acordamos sem pressa, estávamos tranqüilos, faltavam apenas 260Km para chegarmos no nosso destino final, a cidade do Rio de Janeiro.
Aproveitei, e fui ate a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, agradecer pela viagem e pelos demais benefícios da vida que levamos.
Pegamos novamente a estrada, rodava tranqüilamente pela estrada, cada vez estávamos mais perto de concluirmos nossa viagem e cumpri nosso objetivo.
Passamos pelas cidades de Lorena, Cachoeira Paulista, Queluz e finalmente avistamos a placa "Bem-vindo ao Rio de Janeiro", onde paramos para tirar algumas fotos.
Cruzamos a divisa e aos poucos ficávamos mais entusiasmados, lembrávamos dos dias que passamos na estrada, do medo e apreensão na BR-319, da tristeza e espanto com a quebra em Cuiabá, da garra e persistência para chegar a Ribeirão Preto e de todos os momentos divertidos e engraçados que vivemos.
A cada cidade que passávamos sentíamos a sensação de estarmos cada vez mais perto, Itatiaia, Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Queimados, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti, Duque de Caxias e finalmente RIO DE JANEIRO!!

Chegávamos em casa, recebidos por familiares e amigos, após 15 dias de viagem, mais de 4.500Km rodados e com a sensação de ter realizado uma grande aventura!!!

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Fontes:
LadaFans
De Niva na Trilha
Niveiros
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